segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Alerta na Trincheira!

É gravíssima a notícia de que o Presidente afastou a cúpula da ABIN por conta do grampo nos telefones da Presidência do Poder Judiciário. (clique aqui)

É a confissão de que o Presidente da República precisou agir para conter o avanço de setores estatais sobre os direitos individuais.

E foi bom que agisse mesmo.

Mas não foi suficiente.

Há bem pouco tempo, antes da conquista democrática da Constituição de 1988, o Brasil vivia tempos escuros, em que o aparato de informação estatal estava fora de controle.

Naquele tempo foi necessário que um Presidente autoritário desse o tal soco na mesa e tomasse as rédeas da situação para que as coisas voltassem, ainda que temporariamente, ao seu lugar. (Leia, Blog da Lúcia Hipólito, aqui)

No descontrole das "agências de informação", as instituições democráticas sofrem sério risco.

Se grampeiam ilegalmente o Presidente do STF, podem grampear o próprio Presidente da República ou membros do Poder Legislativo e cidadãos comuns e sabe-se lá quem mais... e sabe-se lá quem ou quais interesses escusos estarão por detrás desse grampeador...

Por isso mais medidas devem ser tomadas. Não é admissível que persista um mero "afastamento temporário" daqueles que estão sob suspeita.

É necessário o afastamento total e absoluto de todos os que estavam no comando e não impediram que tal agressão acontecesse. Do Ministro da Justiça ao araponga que estava de plantão no dia do fato.

Sobre a administração pública não pode pairar sequer uma suspeita de que não está agindo corretamente. É a segurança da Democracia que impõe a atitude enérgica e protetora. É o princípio da moralidade que sustenta a confiança sobre as instituições.

Ou o Presidente age já e com força ou a Democracia que o colocou lá pode ruir.

E fique de tocaia.

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